quinta-feira, 18 de março de 2010

REFÚGIO

QUANTAS VEZES ME APETECE
EM RASGOS DE REBELDIA
FUGIR E ENTÃO ESTREMECE
O MEU PEITO EM OUSADIA

FICO ALHEADA DE TUDO
NO MEU SILÊNCIO DE BÚZIO
E DESÇO FUNDO, BEM FUNDO,
PRA ENCONTRAR MEU REFÚGIO

É UMA ROCHA CAVADA
DECORADA COM CRISTAIS
ENTRO NELA DESLUMBRADA
NÃO QUERO SAIR JAMAIS

AÍ ME PERCO E ME ENCONTRO
ME CRITICO E ME ENALTEÇO
E AS FORÇAS COM QUE ME AFRONTO
SÃO TAMBÉM ELAS MEU BERÇO

PERCORRO ESTE MEU PALÁCIO
VESTIDA DE RENDA E ESPUMA
PREPARO O MEU EPITÁFIO
FEITO DE COISA NENHUMA

NESTE MUNDO IGNOTO E BELO
APENAS EU TENHO ACESSO
SOU CASTELÃ NO CASTELO
QUE É TODO O MEU UNIVERSO

E HÁ FESTINS DE POESIA
NOITE ADENTRO, NUM LIRISMO
ENTRE O CHEIRO A MARESIA
E PEDAÇOS DE EROTISMO

Sem comentários: