quinta-feira, 18 de março de 2010

EM LOUVOR DO LUME

EM LOUVOR DO LUME


Agora que o frio começa a apertar é sempre gostoso recordar este poema:



Na lareira as labaredas
de tão contentes que estão
vão lançando chispazinhas
trauteando uma canção

Brincam a saltar, ligeiras,
crepitando de alegria
fazem desenhos na pedra
da lareira, em fantasia

Em curtos trejeitos tentam
cada vez subir mais alto
e há coros de gargalhadas
a soar em cada salto

Gosto de vê-las tão rubras
em brincadeiras de lume
enquanto as achas exalam
doce e lenhoso perfume

Quando depois já cansadas
se aquietam de mansinho
num ninho morno de cinzas
dormem como um passarinho

E também eu vou dormir
levando as brasas comigo
no fundo do meu olhar
onde guardá-las consigo

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