domingo, 1 de maio de 2011

Poetricando

POETRICANDO


COMECEI COLECCIONANDO
TODOS OS DITOS PERVERSOS
QUE FUI PLO TEMPO ANOTANDO
ASSIM EM JEITO DE VERSOS

DEI POR MIM A REPARAR
(TÓNICA ARREPIANTE)
CONSTANTEMENTE A FALAR
DE CERTO TIPO ARROGANTE

ERA SÓCRATES, POIS ENTÃO,
O MEU ALVO PREFERIDO
FIGURA DE ABERRAÇÃO
NUM PORTUGAL ESTARRECIDO

E DELE TANTO ESCREVERA
QUE ATÉ PERDERA A CONTA
POIS SEMPRE ME APETECERA
CONSIDERÁ-LO UMA AFRONTA

E NÃO É QUE ESTATÍSTICAS
O DÃO AINDA A “MEXER”?
NOTÍCIAS ASSAZ FATÍDICAS
QUE ME ESTÃO A ENTONTECER

FAZ-ME LEMBRAR O BONECO
QUE CAI, MAS SE PÕE DE PÉ
SE A NOTÍCIA TIVER ECO
NÃO SAI NEM A PONTAPÉ

OH, POVO ESQUISITO O NOSSO!
GOSTA DE FLAGELAÇÃO
NEM QUIETINHO LÁ NO FOSSO
FAZ ALGO PELA NAÇÃO

NEM HÁ UM RAIO QUE O PARTA
OU CASCA DUMA BANANA
ONDE ESCORREGUE, ESTOU FARTA,
DO SEU SORRISO SACANA

OH POVO DO MEU PAÍS
QUE NÃO ATA NEM DESATA
E NÃO CORTA PELA RAÍZ
A DOENÇA QUE NOS MATA

SE O FUTURO NOS PERTENCE
SE ALGO TEMOS QUE MUDAR
ESTA “GENTE” NÃO CONVENCE
E HÁ QUE PÔ-LA A ANDAR

ESTE PORTUGAL É NOSSO
TEM GENTE CAPAZ PRÓ LEME
EU CÁ LUTO COMO POSSO
PALAVRAS DE QUEM NÃO TEME

E SE O FADO PORTUGUÊS
TIVER ECO EM TODO O MUNDO
“PORTUGAL ERA UMA VEZ”
JAMAIS IRÁ PARA O FUNDO.