Oh, labaredas sinistras
Oh, fogo de cada ano
quanto mais verdes conquistas
maior é o nosso dano
Lambes florestas inteiras
em vento endemoninhado
causas tristeza, canseiras,
a tanto povo ignorado
E tudo cobres de negro
sem remorsos nem pudor
destróis sem qualquer apego
lares que foram de amor
E até vidas humanas
tu levas em rodopio
nas cavalgadas insanas
de ventos em desafio
Fogo cruel, assassino,
ávido de destruição
arrasas num desatino
tanta vida e ganha pão
Mas mais terrível ainda
é o ser humano estar
em calamidade infinda
na malvadez a vingar
segunda-feira, 26 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
TRISTEZA
Já nada sei dizer que valha a pena
o meu ardor de tão silenciado
deixou fugir assim o meu poema
num cântico de amor assaz magoado
Há um jardim de flores já ressequidas
onde perpassa uma bruma hesitante
murmúrios de palavras esquecidas
pertença do meu coração errante
O que farei de mim sem a poesia
despida de ilusão, de fantasia,
o meu sonho perdido, esventrado?
Serei alguém envelhecida e triste
alguém que se não ama e assim desiste
na ausência dum poema lado a lado
o meu ardor de tão silenciado
deixou fugir assim o meu poema
num cântico de amor assaz magoado
Há um jardim de flores já ressequidas
onde perpassa uma bruma hesitante
murmúrios de palavras esquecidas
pertença do meu coração errante
O que farei de mim sem a poesia
despida de ilusão, de fantasia,
o meu sonho perdido, esventrado?
Serei alguém envelhecida e triste
alguém que se não ama e assim desiste
na ausência dum poema lado a lado
DESPEDIDA
À memória do amigo e poeta COUTO VIANA
Choram por ti todas as palavras
deste meu poema triste.
Partiste.
E só podia ser
como um grande português,
destinado para ti
o dia e o mês.
Partiste,
mas ainda a poesia lavras
na terra fecunda
onde a cultura, o amor e os sonhos
semeaste.
Não morreste, POETA,
apenas nos deixaste.
Tua figura insigne
como esquecê-la?
Diz-nos,
onde poderemos procurar-te,
em que estrela, em que estrela?
10 Junho 2010
Choram por ti todas as palavras
deste meu poema triste.
Partiste.
E só podia ser
como um grande português,
destinado para ti
o dia e o mês.
Partiste,
mas ainda a poesia lavras
na terra fecunda
onde a cultura, o amor e os sonhos
semeaste.
Não morreste, POETA,
apenas nos deixaste.
Tua figura insigne
como esquecê-la?
Diz-nos,
onde poderemos procurar-te,
em que estrela, em que estrela?
10 Junho 2010
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